O DÉCIMO TERCEIRO PATRÃO


21:15

início de verão numa tranquila cidade no subúrbio de são paulo. jé do crack caminha em direção à oito horas de trabalho estressantes. jé do crack vai assassinar seu patrão e beber seu sangue. jé do crack é um vampiro e trabalha numa metalurgica no turno da noite. vai matar seu patrão porque o safado decidiu trocar jé do crack de turno. vampiros não trabalham de dia e o patrão vai pagar com a vida.

21:51

jé do crack chega e bate o cartão como nas outras duzentas e trinta e cinco vezes. os colegas não sabem que ele é jé do crack e nem que hoje vai matar o patrão e beber seu sangue (e se a esposa estiver por perto, será estuprada, porque a esposa é cúmplice dos atos insanos do patrão).

esse será o décimo terceiro patrão que jé do crack deixará sem sangue.

23:47

jé do crack está trabalhando há quase duas horas completas. tem o rosto marcado pela fuligem que escapa do metal.

01:27

os funcionários esperam ansiosos pelo sinal do café, que toca às 01:30. hoje jé do crack não trouxe lanche pois saciará sua fome com o sangue nojento do patrão.

01:45

o intervalo acaba. jé do crack percebe o patrão apontar no corredor. provavelmente veio ver se todos já retornaram do café. o patrão se aproxima e joga uma revista na bancada de trabalho de jé do crack. ele não sabe que jé do crack é jé do crack e por isso não toma o devido cuidado com a forma como joga a revista:

01:46

patrão: - não me ajudou muito - diz, apontando a revista

01:58

jé do crack: - é uma pena - responde em voz baixa e volta a trabalhar

notem que jé do crack demora mais de dez minutos para responder ao patrão, usando esse intervalo para lamentar o fato do patrão não ter feito bom uso do regime para redução de peso proposto na revista. jé do crack observa tristemente os nódulos de gordura que o patrão carrega orgulhoso em cada lado do pescoço. pensa que fará um favor para a humanidade, varrendo esse parasita da face da terra.

03:40

jé do crack começa a arrumar suas ferramentas. em alguns minutos terá que ser rápido o suficiente para deixar a máquina funcionando enquanto sai em direção ao escritório do patrão, sem que nenhum funcionário note sua ausência.

04:55

jé do crack testa suas presas alisando-as com a língua. as presas estão tão afiadas que fazem jé do crack experimentar um pouco do próprio sangue.

05:15

chega a hora. jé do crack coloca a máquina no automático. limpa o avental sujo de arestas de metal e parte em direção ao escritório.

05:19

jé do crack chega em frente à porta do patrão. ouve alguns ruídos. sua fúria é incontrolável, acumulada. com um chute abre a porta.

05:20

no escritório, o patrão não está sozinho. jé do crack surpreende o cretino, com sua secretária (não deve ter mais de 20 anos) ajoelhada entre suas pernas. jé do crack tranca a porta e agarra a garota, jogando-a para cima da mesa.

05:23

jé do crack avança sobre o patrão. com seu peso trava o crápula de encontro ao chão e se prepara para cravar as presas em seu pescoço.

05:25

os nódulos de gordura ficam ressaltados com a pressão das mãos de jé do crack em torno do pescoço. jé do crack fica com o estômago embrulhado e começa a sentir náuseas. pensa em desmaiar.

05:30

vencendo o asco, crava as presas nas veias saltadas do pescoço do grande pilantra e começa a sugar seu sangue.

05:40

jé do crack se levanta ainda sujo de sangue, ofegante. olha indiferente para o cadáver, que jaz esbranquiçado no chão da sala. ele volta o olhar de vampiro para a garota enconstada na mesa, tomada de pânico.

05:40:55

jé do crack encara a garota com um olhar furioso. há sangue nos olhos de jé do crack. essa garota é uma traidora, ele pensa. como pode chupar aquele cretino? devia estar chupando um dos nossos.

jé do crack: - traidora!

05:42

jé do crack se aproxima e segura a jovem pela cintura, colocando-a sobre a mesa. com as mãos rasga o vestido na altura do peito. seios lindos. seios brancos, com uma medalhinha castanha no centro.

05:45

jé do crack beija a garota. ainda em pânico, ela sente o sabor de três sangues diferentes, um menáge: o sangue do patrão, de jé do crack e o seu próprio, que escapa pela força que as presas fazem em seus lábios enquanto ele a beija.

05:50

jé do crack se afasta da jovem, separa os finos cabelos de lado, deixando exposto um pescoço ainda virgem. ela está REALMENTE tomada de pânico, porque descobriu que jé do crack é um vampiro.

05:52

se fosse a esposa na sala, no lugar da pobre secretária, jé do crack a teria estuprado. não quer estuprar a garota porque aprecia a traição. prefere mandar um cartão-postal para a esposa. tomada essa decisão, jé do crack crava as presas no pescoço da bela jovem, apenas o tempo suficiente de trazê-la para seu mundo.

05:54

agora a garota também é uma vampira. jé do crack a escolheu como companheira eterna. sua beleza o encanta.

05:55

jé do crack dispara o sinal da fábrica, acionando um botão na mesa do ex-patrão defunto gelado. vai liberar os empregados cinco minutos mais cedo. percebe que poderia tê-los liberado meia-hora antes se assim quisesse.

05:58

jé do crack passa pelos portões da firma junto com os outros empregados. traz a ex-secretária de seu ex-patrão mortão, abraçada pela cintura. conversam:

jé do crack: - vou precisar de um novo emprego

ex-secretária: - também posso trabalhar

jé do crack: - prefiro que cuide da casa. trabalhos noturnos só atraem vagabundos

ex-secretária: - mas precisamos de um carro. com vidros fumê

jé do crack: - não, com insul-film. em todas as janelas

ex-secretária: - e bancos de couro

jé do crack: - não me deixe esquecer do cartão

ex-secretária: - que cartão?

jé do crack: - o postal

ex-secretária: - claro, como não. posso escolher?

jé do crack: - pode sim

ex-secretária: - eu te amo!

jé do crack: - você não tem escolha.

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